Maria Quitéria, a primeira mulher a fazer parte do exército brasileiro
Mária Quitéria de Jesus Medeiros nasceu em 1792, na cidade de Feira de Santana, na Bahia. Vivia com os pais, porém, precocemente, a mãe falece quando a menina tinha apenas dez anos de idade.
No contexto histórico do Brasil daquela época, Dom Pedro havia proclamado a independência do país, mas sentiu a indignação das tropas portuguesas presentes na Bahia, que se recusavam a reconhecê-lo como imperador. Então, apelou, claro, para a parcela masculina da população a fim de que se alistassem e combatessem nas tropas.
Deste modo, requisitaram ao pai de Maria que ele lhes enviasse um de seus filhos para o alistamento. Contudo, seus únicos filhos não tinham a idade requerida. Destemida, Maria não pensou duas vezes antes de se oferecer para o batalhão e lutar com honra pelo Brasil.
Obviamente, o pai não permitiu e a negativa do genitor fez com que Maria fugisse para a casa de sua meia-irmã e, lá, criou uma nova identidade de homem: o soldado Medeiros. Analfabeta, cortou as madeixas, vestiu roupas do cunhado e se alistou no Batalhão dos Caçadores Voluntários de Dom Pedro.
Não demorou muito para que a moça fosse descoberta. Mas, ao contrário do que se poderia imaginar, ela não foi expulsa do batalhão. Os soldados a ajudaram e foi-lhe acrescentado um saiote em seu uniforme e continuou no exército.
Assim, ao lado de homens, lutou bravamente e passou a ganhar destaque não só por ser a única mulher do ambiente, mas por batalhar como uma verdadeira guerreira. No combate de Pituba, se destacou ainda mais depois de ter atacado uma trincheira inimiga e capturado dois soldados portugueses.
Ao finalizar a guerra, foi condecorada pelo imperador Dom Pedro I com a Imperial Ordem do Cruzeiro do Sul, em 1823. Em seguida, pediu ao soberano que escrevesse uma carta ao pai pedindo-lhe perdão e misericórdia. Depois, deixou o cargo no exército e foi reformada com o posto de alfares. Casou-se e teve uma filha.
Faleceu em 1853, nos arredores de Salvador, onde foi sepultada. O exército brasileiro até hoje a homenageia como patrono do Quadro Complementar de Oficiais.
E essa foi a história de uma corajosa heroína brasileira, que não honrou o nosso país como encorajou outros com sua determinada posição.
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