Haddad ataca os EUA, mas ignora fragilidade econômica do Brasil

Brasília – Em mais um episódio de retórica vazia, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a criticar os Estados Unidos por suposta “incoerência” na adoção de tarifas adicionais sobre produtos brasileiros. A fala foi feita nesta quarta-feira (16), durante participação no programa Sem Censura, da estatal TV Brasil. O ministro parece esquecer que o protecionismo americano é uma constante histórica, independente de quem esteja na Casa Branca.

"Essa é a incoerência que estamos tentando chegar às autoridades americanas", disse Haddad, referindo-se às medidas impostas pelo ex-presidente Donald Trump — ainda válidas — que elevaram as tarifas em média para 10% sobre países da América Latina, 20% sobre a Europa e até 30% sobre a Ásia.

Em vez de adotar medidas efetivas para tornar o Brasil mais competitivo no cenário internacional, o ministro prefere apostar na retórica diplomática e em leis como a chamada “Lei da Reciprocidade”, aprovada sem debate público e cujos efeitos práticos permanecem nebulosos.

Crédito fácil, responsabilidade zero

Haddad também comentou novamente o projeto do “Crédito do Trabalhador”, uma linha de empréstimo consignado destinada a trabalhadores celetistas. Embora o governo venda o programa como solução para o endividamento das famílias, o próprio ministro reconhece que não é “uma bala de prata”.

Ainda assim, o governo insiste em oferecer crédito subsidiado, mesmo sem garantir educação financeira ou ambiente de emprego sólido. “Estamos criando um marketplace de crédito mais barato”, afirmou, ignorando o fato de que mais endividamento sem aumento de renda pode piorar a situação do trabalhador.

Na véspera, durante evento em Paracambi (RJ), o ministro alertou para o risco de dívidas desnecessárias — um aviso tardio, considerando que o próprio governo está incentivando o consumo financiado em meio a juros altos e inflação persistente.

Soluções empacadas no Congresso

Por fim, Haddad culpou o Senado por travar projetos de crédito alternativo, voltados a informais e empreendedores. A proposta, que já passou pela Câmara, aguarda votação há seis meses. “Eu preciso do Congresso”, disse, transferindo novamente a responsabilidade por um cenário que, em grande parte, é consequência da ineficiência administrativa e da falta de articulação política do próprio governo.

Enquanto o país aguarda reformas estruturais sérias, o ministro segue apostando em medidas paliativas e discursos ideológicos. O Brasil precisa de muito mais do que boas intenções para sair do atoleiro econômico.

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