PF investiga Bruno Henrique, do Flamengo, por suposto favorecimento a apostadores

Mais um capítulo preocupante da relação entre o futebol brasileiro e o universo das apostas esportivas vem à tona. O atacante Bruno Henrique, do Flamengo, está sendo investigado pela Polícia Federal por possível manipulação de cartões amarelos com o objetivo de beneficiar apostadores.

Segundo relatório da PF, mensagens obtidas nas investigações mostram que o jogador teria articulado com seu irmão, Wander Nunes Pinto Júnior, a estratégia para forçar punições e, assim, influenciar resultados em casas de apostas.

Em uma das conversas, Bruno Henrique afirma que evitaria reclamar com a arbitragem para não se expor e que só receberia cartão se entrasse forte em alguém. Não se trata de mera especulação: após a troca de mensagens, o jogador levou três cartões amarelos — todos por faltas, sem protestos — exatamente como indicava sua promessa.

O caso que levantou o alerta foi o amarelo recebido no clássico contra o Botafogo, em 2 de setembro. Com a advertência, Bruno Henrique ficou automaticamente suspenso para o jogo seguinte, contra o Athletico-PR, em Cariacica, no qual o Flamengo foi derrotado por 3 a 0.

Antes de enfrentar o Santos, já havia acumulado mais dois cartões: um contra o Goiás, em 20 de setembro, e outro frente ao Corinthians, em 7 de outubro. Assim, chegou “pendurado” — conforme o plano descrito nas mensagens — para o confronto com o time paulista, em Brasília.

A investigação levanta sérias dúvidas sobre a integridade esportiva e o comprometimento de atletas com o espírito do jogo. Em um momento em que o futebol nacional precisa de transparência e responsabilidade, é inaceitável que práticas como essa sequer estejam em discussão. A confiança do torcedor não pode ser rifada por ganhos paralelos.

Agora, cabe às autoridades apurar com rigor — e à CBF e clubes se posicionarem com firmeza. O futebol brasileiro não pode se dar ao luxo de normalizar o que é, no mínimo, antiético — e, no máximo, criminoso.

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