Astronautas da NASA relatam desafios após missão prolongada

Os astronautas Barry Wilmore e Sunita Williams, da NASA, se pronunciaram pela primeira vez desde o retorno de uma missão espacial que durou 288 dias — quase nove meses — a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS). A missão, inicialmente planejada para durar apenas oito dias, foi estendida devido a falhas técnicas na espaçonave Starliner, da Boeing.

Em entrevista à Fox News, concedida na última segunda-feira (31), os astronautas comentaram os desafios enfrentados durante o período prolongado no espaço, destacando tanto os problemas técnicos quanto as controvérsias políticas que cercaram o atraso no retorno.

“Minha primeira reação foi: precisamos nos adaptar”, afirmou Sunita Williams. “Se essa era a nossa missão, então vamos fazer o melhor possível.” Já Wilmore, que comandou o teste de voo da tripulação, lembrou que pensou na família ao receber a notícia da extensão, mas ressaltou o compromisso com os objetivos do programa espacial. “Não se trata de mim, mas dos objetivos nacionais do programa de voos espaciais humanos.”

Wilmore reconheceu falhas nos processos de preparação e testes da missão. “Há coisas que eu deveria ter perguntado e não perguntei. Em retrospecto, alguns sinais estavam lá”, afirmou. Ele também apontou deficiências tanto na NASA quanto na Boeing.

Apesar dos contratempos, os astronautas elogiaram a tecnologia da Starliner, destacando sua robustez. “É a espaçonave mais robusta que temos no inventário”, disse Wilmore.

A missão ganhou destaque político após críticas do ex-presidente Donald Trump e do empresário Elon Musk, que acusaram o governo Biden de “abandonar” os astronautas na estação. Wilmore afirmou não ter razões para duvidar das alegações de Trump, embora tenha destacado o apoio contínuo das equipes em solo. A NASA negou interferência política e atribuiu o atraso a motivos técnicos e orçamentários.

“Não voltamos para casa como planejado, mas estávamos preparados e treinados”, concluiu Wilmore. A missão, segundo a dupla, reforça o valor do programa espacial humano e os avanços necessários para futuras explorações.

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