China promete reagir “até o fim” a novas tarifas impostas pelos EUA


PEQUIM — O governo chinês afirmou, nesta terça-feira (8), que vai combater até o fim as novas tarifas anunciadas pelos Estados Unidos, intensificando a escalada da guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo. A resposta veio após o presidente americano, Donald Trump, ameaçar impor um acréscimo de 50% nas tarifas sobre produtos importados da China.
O ministro do Comércio chinês, Wang Wentao, classificou a medida como "um erro que se soma a outro erro", acusando Washington de chantagem econômica. “A China nunca aceitará isso e adotará contramedidas incisivas para proteger seus direitos e interesses”, declarou o ministro, que também anunciou medidas para fortalecer a economia doméstica.
Entre as primeiras respostas, Pequim anunciou que implementará tarifas de 34% sobre uma série de produtos norte-americanos a partir desta quinta-feira (10). Em reação, Trump utilizou sua rede social, o Truth Social, para ameaçar ampliar as tarifas em mais 50%, caso a China não recue.
Com os novos acréscimos, as tarifas americanas sobre produtos chineses podem alcançar o patamar recorde de 104%. O governo dos EUA justifica as medidas como retaliação ao tráfico de fentanil e aos persistentes desequilíbrios comerciais.
O clima de incerteza já afeta os mercados financeiros, embora Trump minimize o impacto. Especialistas alertam para possíveis aumentos de preços ao consumidor e efeitos prolongados na economia global.
Apesar da tensão, a China mantém o discurso de que está aberta ao diálogo. Um porta-voz do Ministério do Comércio pediu que as diferenças sejam resolvidas com base no respeito mútuo.
Trump, por sua vez, afastou a possibilidade de se reunir com autoridades chinesas no momento, mas afirmou estar disposto a negociar “acordos justos” com outros países.
Negociações seguem em ritmo acelerado
Enquanto isso, a diplomacia internacional tenta conter os efeitos das medidas americanas. Trump já impôs uma tarifa geral de 10% sobre a maioria das importações, em vigor desde sábado, e prevê novos aumentos a partir desta quarta-feira (9), atingindo principalmente a China e a União Europeia, com taxas de até 20%.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, propôs isenção tarifária total e recíproca para produtos industriais, mas a oferta foi considerada “insuficiente” por Trump.
O Japão declarou que seguirá em negociação com os EUA, e Bangladesh, importante produtor têxtil, pediu a suspensão das tarifas por três meses.
Segundo o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, mais de 50 países já entraram em contato com Washington. “Veremos se o que têm a oferecer é confiável”, afirmou. Ele também destacou que o impasse não deve ser resolvido em poucos dias ou semanas, sugerindo que as tarifas podem durar por meses.
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