PL intensifica mobilização por anistia e denuncia resistência política à vontade popular
O Partido Liberal (PL) retomou com vigor a articulação em torno do projeto de lei que propõe a anistia para os manifestantes presos após os protestos de 8 de janeiro de 2023. Considerado um gesto de reparação diante das duras e controversas decisões do STF, o projeto busca apoio para ser votado com urgência ainda nesta semana.
Lideranças do partido, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro e o presidente da legenda, Valdemar Costa Neto, se reuniram com o líder na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), para organizar a ofensiva. A estratégia inclui uma força-tarefa para recolher as 69 assinaturas que faltam, atingindo as 257 necessárias para levar o projeto direto ao plenário.
Inicialmente prevista para esta segunda-feira (7), a divulgação dos nomes dos parlamentares que ainda não assinaram foi adiada para quarta-feira (9), por cautela. Bolsonaro avaliou que a pressão direta poderia prejudicar aliados ainda em processo de assinatura, especialmente diante de falhas no sistema da Câmara que dificultaram o registro.
“Temos que calibrar a ação. Não podemos errar a dose como fez o STF, que exagerou nas penas e praticamente matou o paciente”, comparou Sóstenes, em referência às sentenças consideradas desproporcionais impostas aos manifestantes.
A exposição dos nomes tem o objetivo de informar a militância e direcionar de forma legítima a cobrança democrática por parte da população — um recurso frequentemente utilizado por grupos da esquerda e agora empregado também pela direita em defesa das liberdades civis.
A ação do PL se concentrará em legendas que demonstraram alinhamento em pautas conservadoras, como União Brasil, Republicanos e PSD. Até o momento, apenas os líderes Adriana Ventura (Novo-SP) e Luizinho (PP-RJ) assinaram o requerimento. Luizinho o fez como deputado individual, mas o presidente do PP, senador Ciro Nogueira, reafirmou compromisso de mobilizar toda a bancada.
Para acelerar o processo, o PL posicionará colaboradores com camisetas identificadas nos corredores da Câmara, focando na coleta das assinaturas que faltam.
Contudo, mesmo com o avanço, o projeto ainda depende de ser pautado pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que tem demonstrado resistência. Durante a manifestação patriótica de domingo (7), na Avenida Paulista, Motta foi alvo de críticas de lideranças conservadoras, como o pastor Silas Malafaia, que o acusou de agir contra a vontade do povo ao impedir a votação do projeto.
“Ele se diz árbitro, juiz. Só se for juiz iníquo, porque está impedindo a tramitação de um projeto que representa um clamor nacional”, disse Malafaia. “Você está envergonhando o honrado povo da Paraíba.”
A pressão sobre Motta é crescente, mas aliados próximos afirmam que ele resiste a pautar a proposta para evitar atrito com o STF — mais uma demonstração da ingerência do Judiciário sobre o Legislativo, criticada por juristas e parlamentares de diversas bancadas.
No horizonte, há o risco de o projeto ser empurrado para uma comissão especial, alternativa lenta e ineficaz, rechaçada pelo PL. A legenda reitera que seguirá firme em busca da anistia, que considera um passo fundamental na reconstrução da justiça e da liberdade no país.
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