Mercado mantém previsões econômicas e alerta para inflação acima da meta em 2025

As previsões do mercado financeiro para os principais indicadores econômicos em 2025 continuam a acender o sinal de alerta, conforme divulgado nesta segunda-feira (7) no Boletim Focus, publicação semanal do Banco Central baseada em estimativas de analistas de mercado. Os dados mostram estabilidade nas projeções, mas sem alívio para a inflação — que segue acima da meta — e com crescimento econômico abaixo do desejável.

Para este ano, o mercado projeta um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de apenas 1,97%, número que reflete a desconfiança com o ambiente econômico do país. A projeção para 2026 também foi mantida em 1,6%, enquanto para 2027 e 2028 espera-se uma expansão moderada de 2%.

Apesar do crescimento de 3,4% registrado em 2024 — puxado por fatores pontuais e não sustentáveis — o cenário futuro não empolga os economistas. O dado de 2024 marca o quarto ano seguido de crescimento, porém em um contexto de incertezas e riscos fiscais crescentes.

Inflação persiste fora do controle

A maior preocupação segue sendo a inflação. A estimativa para o IPCA em 2025 permanece em 5,65%, significativamente acima do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (4,5%). A previsão para os anos seguintes também segue elevada: 4,5% em 2026, 4% em 2027 e 3,78% em 2028.

O dado é alarmante: mesmo com uma política monetária mais rígida, o controle inflacionário segue ineficaz. Em fevereiro, por exemplo, o índice bateu 1,31% — maior marca desde março de 2022 — impulsionado, entre outros fatores, pela disparada na conta de luz. Em 12 meses, o IPCA acumula alta de 5,06%.

Juros em alta e política econômica questionada

Diante desse cenário, o Banco Central tem mantido uma postura mais dura. A taxa Selic foi elevada para 14,25% ao ano, com expectativa de atingir 15% até dezembro. A medida busca conter o avanço dos preços, mas revela o grau de preocupação com o descontrole inflacionário e a condução da política econômica pelo atual governo.

Segundo comunicado do Copom, apesar de sinais de moderação, a economia brasileira continua aquecida, o que dificulta o combate à inflação. O órgão reforçou os riscos de pressões inflacionárias persistentes, especialmente no setor de serviços, e afirmou que seguirá atento aos rumos da política econômica adotada pelo Planalto.

Para os próximos anos, espera-se uma redução gradual da Selic: 12,5% em 2026, 10,5% em 2027 e 10% em 2028 — mas isso dependerá da credibilidade fiscal e da capacidade do governo de adotar medidas efetivas para reequilibrar as contas públicas.

Incerteza no câmbio e desconfiança do mercado

Outro dado que preocupa é a cotação do dólar. A expectativa é que a moeda norte-americana encerre 2025 em R$ 5,90, chegando a R$ 5,99 ao fim de 2026. A desvalorização cambial pressiona ainda mais a inflação e evidencia a percepção de risco dos investidores em relação ao Brasil.

Com um ambiente econômico instável, inflação acima da meta e juros em alta, o governo enfrenta um desafio sério: recuperar a confiança do mercado e adotar uma política fiscal responsável que realmente combata os desequilíbrios econômicos, ao invés de apenas maquiar os indicadores.

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