Defesa de Bolsonaro denuncia narrativa política no STF sobre 8 de janeiro

O advogado Celso Vilardi, que representa o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), afirmou nesta quarta-feira (26) que foi criada uma "narrativa" para tentar envolvê-lo na ação sobre a suposta trama golpista. Segundo ele, não há qualquer prova concreta contra Bolsonaro.

"O presidente não esteve envolvido no 8 de janeiro. Esse envolvimento só aparece agora na denúncia da PGR, porque nem no relatório da Polícia Federal havia qualquer acusação nesse sentido", declarou Vilardi após a Primeira Turma do STF decidir, por unanimidade, transformar o ex-presidente em réu.

A defesa criticou a condução do julgamento e a exposição de imagens dos atos de 8 de janeiro por parte do ministro Alexandre de Moraes. "Criou-se uma narrativa para atingir o presidente. A materialidade apresentada é sobre o dia 8, e Bolsonaro não tem qualquer relação com isso", reforçou o advogado.

Outro ponto levantado foi a falta de acesso integral às provas obtidas durante as investigações. "Trechos de diálogos e partes de depoimentos foram expostos sem contexto. Como podemos garantir a ampla defesa dessa forma?", questionou Vilardi.

O ministro Luiz Fux foi elogiado pela defesa por ter feito ressalvas sobre os crimes atribuídos aos investigados. O advogado Demóstenes Torres, que representa o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier, também destacou que vê margem para a absolvição de seu cliente e criticou a condução do caso.

"Se fizermos um processo onde só haja condenações, estaremos diante de algo semelhante a regimes totalitários como os da União Soviética, Cuba e Alemanha nazista. A absolvição de inocentes é o que legitima o sistema judicial", alertou Torres.

Com a decisão do STF de transformar Bolsonaro e outros sete investigados em réus, o caso deve ser julgado ainda este ano, o que pode impactar diretamente o cenário político. Diante do avanço do processo, aliados do ex-presidente discutem a antecipação da escolha de um nome para representar o campo conservador nas eleições presidenciais de 2026.

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