Trump adia tarifas sobre México e Canadá até abril

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou o adiamento até 2 de abril da imposição de tarifas de 25% sobre produtos canadenses e mexicanos incluídos no Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA). Na nova data, o governo norte-americano deve apresentar um pacote atualizado de tarifas globais e setoriais.

O secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, ressaltou que espera avanços significativos de México e Canadá no combate ao tráfico de fentanil, substância apontada como um dos principais impulsionadores da crise de opioides nos Estados Unidos. "Espero que México e Canadá façam um trabalho bom o suficiente em relação ao fentanil para que essa questão não interfira em novas tarifas", declarou Lutnick.

Na quarta-feira (5), Trump já havia antecipado que o México ficaria temporariamente isento de tarifas sobre produtos enquadrados no USMCA até abril. O anúncio ocorreu após uma conversa entre o presidente norte-americano e a presidente mexicana, Claudia Sheinbaum. Em resposta, Sheinbaum agradeceu a Trump pela "excelente e respeitosa" conversa e reforçou o compromisso do México com a segurança e o controle da imigração.

O tema do fentanil segue sendo um dos principais pontos de impasse entre os dois países, visto que os EUA pressionam o México para conter a entrada da substância em território norte-americano. Segundo Sheinbaum, ambos os países continuarão trabalhando juntos para enfrentar o problema. "Nosso trabalho e colaboração produziram resultados sem precedentes, dentro da estrutura de respeito às nossas soberanias", afirmou a presidente mexicana em uma publicação na rede social X.

A nova decisão marca a segunda mudança de postura de Trump em relação às importações mexicanas em apenas dois dias. No início da semana, ele havia concedido uma isenção temporária de um mês às montadoras que cumprem as regras do USMCA.

As tarifas anunciadas pelo governo norte-americano na terça-feira provocaram fortes reações nos mercados e geraram respostas imediatas de Canadá e México, que ameaçaram medidas retaliatórias. A instabilidade levou à perda de todos os ganhos do índice S&P 500 após as eleições, antes de uma leve recuperação.

Lutnick indicou que a suspensão pode abranger todos os bens e serviços em conformidade com o USMCA, garantindo que aqueles que fazem parte do acordo possuam isenção das tarifas. No entanto, o secretário reforçou que a questão do fentanil continuará sendo um critério importante na negociação.

Pouco depois das declarações de Lutnick, Trump confirmou o alívio tarifário para o México, mas deixou o Canadá de fora, alegando que o primeiro-ministro Justin Trudeau está "usando o problema das tarifas para se reeleger".

Em resposta, Trudeau afirmou que, apesar das "pausas" anunciadas por Trump, o Canadá continuará enfrentando uma "guerra comercial" com os EUA. O primeiro-ministro também classificou como "pitoresca" a conversa que teve com Trump na quarta-feira.

A mudança na estratégia tarifária dos EUA ocorreu poucas horas após a divulgação de um aumento no déficit comercial do país. O saldo negativo atingiu um recorde de US$ 131,4 bilhões em janeiro, contra US$ 98,1 bilhões em dezembro. Analistas indicam que parte do crescimento do déficit pode ser atribuída à corrida das empresas para estocar produtos antes da aplicação das tarifas.

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