Sem provas contra o Governo Federal, CPI lança arsenal contra a imprensa brasileira

Sem provas contra o Governo Federal, CPI da Covid lança arsenal contra a imprensa brasileira

Semana passada, mais especialmente, na sexta-feira (30), vários veículos de comunicação – muitos deles conservadores e de direita – foram comunicados de que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 mandou quebrar os sigilos bancário e telefônico das empresas.

O pedido do relator do colegiado, o senador Renan Calheiros (MDB-AL), justifica que tais empresas de comunicação divulgaram Fake News, mas ele não especifica a matéria, a data da publicação, o nome do jornalista. Enfim, uma denúncia genérica.

A Jovem Pan foi uma das “indiciadas” e se manifestou sobre o assunto, neste domingo (1). Em nota, o Grupo disse que o pedido é “injustificável” porque os balanços da companhia são publicados, anualmente, no Diário Oficial.

- Para que não restem dúvidas quanto à transparência do comportamento da Jovem Pan, republicamos os balanços em nosso site (leia aqui). As verbas governamentais podem ser conferidas no site
www.portaldatransparencia.gov.br -

A direção do veículo de comunicação também colocou em dúvida as verdadeiras intenções da CPI e disse que o requerimento “estranhamente” estabelece que as investigações sejam feitas a partir de 2018. Mas, a Comissão, segundo o documento de criação dela, determina que seja instaurada com o objetivo de “apurar as ações e omissões do governo federal no enfrentamento da pandemia da Covid-19 no Brasil”.

- Como se sabe, a Organização Mundial da Saúde oficializou a existência de uma pandemia em março de 2020. A acusação de Calheiros, portanto, não se enquadra no fato determinado para a criação da CPI - diz a nota.

E acrescenta:

- Fica claro, portanto, que se trata de uma acusação genérica que tem por única finalidade cercear a liberdade de imprensa no Brasil - finaliza o documento.

Jovem Pan, Allan dos Santos (dono do Canal Terça Livre), Brasil Paralelo, Jornal da Cidade Online, entre outros, foram “intimados”.

Em julho, a CPI paralisou os depoimentos em virtude do recesso dos parlamentares. Mas, ao que parece, os trabalhos continuaram a todo vapor “off-line”.

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