Forças Armadas preparam maior exercício militar de 2025 na fronteira com a Venezuela

As Forças Armadas brasileiras planejam realizar, em novembro de 2025, seu maior exercício militar do ano, batizado de “Operação Atlas”. A manobra ocorrerá na região de fronteira com a Venezuela, e tem como principal objetivo o aprimoramento da preparação das tropas para responder a eventuais escaladas de tensão com o regime de Nicolás Maduro. Fontes militares relataram à CNN que, embora Maduro tenha reduzido sua retórica beligerante em relação à região de Essequibo, na Guiana, a instabilidade ainda preocupa o comando das Forças Armadas.

Segundo esses oficiais, a estratégia militar venezuelana é liderada pelo ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, e por oficiais de alta patente que sustentam o governo Maduro. Recentes movimentos na fronteira, como a construção de pistas de pouso improvisadas, pontes provisórias e acampamentos entrincheirados, aumentaram a preocupação do lado brasileiro. A situação se agravou após a Venezuela fechar a fronteira com o Brasil logo após a posse de Maduro.

A “Operação Atlas” prevê o deslocamento de cerca de 8 mil militares e uma ampla frota de veículos blindados e não blindados para a região de Roraima. O exercício deve durar aproximadamente 15 dias e servirá também para desenvolver a capacidade de logística e transporte das tropas em uma área de difícil acesso. A escolha de novembro coincide com a realização da COP30, que trará dezenas de líderes mundiais a Belém, no Pará. Entretanto, fontes militares garantem que a manobra não tem relação direta com o evento ambiental e visa apenas o treinamento das tropas e a demonstração de poder dissuasório.

De acordo com uma fonte do governo, a ideia de realizar um grande exercício em Roraima surgiu ainda em 2023, quando o Exército precisou deslocar tropas para a região em resposta às primeiras ameaças de Maduro contra Essequibo. Naquela ocasião, ficou claro que seria necessário aumentar a rapidez de reação das Forças Armadas, levando ao planejamento de uma operação mais abrangente.

Setores do governo também veem a “Operação Atlas” como uma oportunidade de demonstrar aos Estados Unidos e à Europa que o Brasil está empenhado em manter a estabilidade regional sem depender de apoio externo. Essa estratégia ganhou força após os americanos reforçarem seu apoio à Guiana, com visitas de autoridades militares e intercâmbios entre tropas. Em 2024, a então comandante do Comando Sul dos Estados Unidos, Laura Richardson, esteve na região, reforçando a colaboração com o governo guianense.

Militares brasileiros interpretaram esses movimentos como um indicativo de que as potências ocidentais não confiam plenamente na capacidade do Brasil de conter uma eventual agressão venezuelana. Essa percepção também se deve à relação histórica entre o governo Lula, o Partido dos Trabalhadores (PT) e o chavismo, que se intensificou com as tentativas de aproximação ao regime de Maduro após sua eleição em 2024, considerada fraudulenta por diversos países.

A Guiana, por sua vez, tem laços históricos com os Estados Unidos e a Inglaterra, de quem foi colônia. A “Operação Atlas” é vista como uma evolução da “Operação Perseu”, realizada em 2024 no Vale do Paraíba pelo Exército Brasileiro, que contou com grande mobilização terrestre. Contudo, a expectativa do Ministério da Defesa é que a “Atlas” conte com a participação maciça das três Forças – Exército, Marinha e Aeronáutica.

Embora a Marinha tenha demonstrado certa resistência à operação devido às limitações geográficas de Roraima – que não possui acesso ao mar, apenas por rios –, o Ministério da Defesa está empenhado em garantir uma participação efetiva de todas as Forças. A operação deve reforçar o preparo e a integração das tropas em regiões de fronteira, mostrando que o Brasil está pronto para garantir a soberania e a paz na região.

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