Abaixo-assinado pede suspensão de homenagem a líder do MST na Assembleia
O deputado estadual Delegado Zucco (Republicanos) protocolou nesta segunda-feira (09/12) um recurso na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul contra a decisão da Mesa Diretora de conceder a Medalha do Mérito Farroupilha a João Pedro Stédile, líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). A ação conta com o apoio dos deputados Eliana Bayer, Gustavo Victorino, Capitão Martim e Sérgio Peres, e reacende o debate sobre os critérios de entrega da maior honraria do parlamento gaúcho.
Segundo o recurso, a concessão da medalha deve passar pelo crivo do plenário, em respeito ao princípio da supremacia desse órgão, como prevê o Regimento Interno da Assembleia. O documento também questiona o mérito da homenagem a Stédile, citando ações do MST que, na visão dos parlamentares, comprometem a segurança jurídica e a propriedade privada no estado.
“A agropecuária é um dos pilares econômicos do Rio Grande do Sul. Reconhecer com essa honraria um líder associado a invasões de terras e práticas que violam a legislação é um desrespeito a todos que trabalham para gerar emprego e riqueza no estado”, afirmou o deputado Delegado Zucco.
O texto do recurso ainda destaca os impactos econômicos e sociais negativos atribuídos ao MST, como prejuízos a pequenos, médios e grandes produtores rurais, além da fragilização do setor agropecuário. Os deputados argumentam que a concessão da medalha pode ser interpretada como um endosso a ações que desrespeitam a propriedade privada, comprometendo a segurança jurídica no estado.
O grupo solicita que a Mesa Diretora reconsidere a decisão e, caso contrário, que o plenário da Assembleia vote sobre o tema. “Essa é uma questão de grande relevância para a sociedade gaúcha, que merece ser decidida pelo órgão máximo de deliberação da casa”, concluiu o deputado Delegado Zucco.
A Medalha do Mérito Farroupilha é destinada a personalidades que contribuem significativamente para o Rio Grande do Sul. O debate em torno dessa concessão, no entanto, traz à tona questões sobre valores como respeito às leis, segurança e ordem no estado.
Autor da proposta, o deputado petista argumenta que o líder do MST atuou na organização de trabalhadores rurais, sindicatos e participou da fundação do movimento, além de citar livros dos quais é autor ou co-autor, títulos e outras homenagens recebidas pelo economista.
"Sob a liderança que ele [João Pedro Sstédile] exerce no MST, trago alguns dados: o movimento transformou o Rio Grande do Sul em referência na agricultura sustentável, sendo o maior produtor de arroz orgânico da América Latina, com safras anuais de 16 mil toneladas. Além disso, o MST em todo o Brasil produz diariamente 7 milhões de litros de leite, envolvendo diretamente 10 mil famílias e impactando economicamente outras 40 mil", afirma Adão Pretto Filho
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