80 dias após enchente devastadora, especialista aponta que alagamentos poderiam ser evitados com obras de simples execução
Bairros de Passo Fundo, que historicamente sofriam com enchentes, não foram atingidos pelas cheias após finalização de obra na região
Desde os primórdios da história, a engenharia de drenagem é uma área de conhecimento que vem evoluindo a cada século, conforme as civilizações foram crescendo e ocupando novos espaços. O ato de escoar as águas superficiais por tubos, túneis, canais, valas e fossos se fez necessário para o desenvolvimento urbano, obras atreladas aos sistemas de drenagem natural.
Com os graves impactos sentidos em todas as regiões do Rio Grande do Sul devido aos elevados volumes de chuva no mês de maio, o debate sobre os sistemas de drenagem se fortificou. Para Maurício Teixeira, diretor da GMA Sul Engenharia, medidas simples e obras de baixa e média complexidade, em muitos casos, são suficientes para resolver problemas crônicos de municípios que sofrem com enchentes.
“Os prejuízos com as inundações de maio são incontáveis, emocionalmente, humanamente e financeiramente. 80 dias após o início das chuvas históricas, os custos para os reparos emergenciais ainda são incalculáveis, mas tudo poderia ser evitado com obras de prevenção, que, na maioria dos casos, são de fácil execução e valores dentro das previsões orçamentárias das gestões públicas”, explica o engenheiro.
Em Passo Fundo, a GMA foi a responsável pela execução de uma importante obra para o município, uma das principais razões para que a cidade integrasse a lista das poucas regiões que não foram fortemente afetadas pelas enchentes de maio. Com recursos próprios da gestão municipal, a Prefeitura de Passo Fundo se mobilizou para realizar melhorias de drenagem pluvial do município, com troca de tubulações e construção de novas galerias. As obras, que iniciaram em abril de 2023, foram concluídas em fevereiro deste ano e tiveram um impacto extremamente positivo com relação às consequências das fortes chuvas que assolaram o Rio Grande do Sul.
Em alguns trechos da cidade, que historicamente registravam alagamentos, o acumulado de chuva não causou transtornos para a comunidade. Nos bairros Berthier e Victor Issler a construção de novas galerias de drenagem pluvial ampliou em cinco vezes a capacidade de vazão da tubulação nas vias, incluindo a transposição da canalização interna dos lotes residenciais para a via pública.
Em todo o estado, regiões que não contavam com esta infraestrutura, ou que possuíam sistemas ultrapassados e sem manutenção, foram fortemente atingidas.
“São melhorias que devem ser planejadas para que possamos evitar novos episódios de alagamentos. Moradores dessas zonas consideradas de risco vivem uma rotina de insegurança, especialmente por saberem que eventos climáticos extremos serão cada vez mais frequentes”, destaca Maurício.
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