Vento Sul elevará nível do Guaíba no início da semana

O nível do Guaíba segue elevado e pouco mudou de ontem para hoje, mas a previsão é de que suba no início da semana devido a um episódio de vento do quadrante Sul sobre a Lagoa dos Patos, que favorecerá o represamento das águas.

Uma massa de ar frio chegará ao Rio Grande do Sul no começo da semana, afetando principalmente a Metade Sul do estado, com queda acentuada da temperatura e rotação do vento para o Sul. A partir do final do domingo, o vento virará para o Sul no Norte da Lagoa dos Patos e permanecerá assim durante a segunda e parte da terça-feira, com intensidade moderada a forte e rajadas acima de 50 km/h.

Este vento provocará o represamento das águas, resultando em uma elevação do nível do Guaíba, que se manterá alto durante a semana, causando alagamentos em partes das ilhas da capital. O vento costuma aumentar o nível do Guaíba em cerca de 20 cm a 40 cm.

De acordo com a régua eletrônica de medição da empresa TideSat, instalada no Cais Mauá, o nível do Guaíba estava em 2,59 metros na manhã deste sábado, similar aos valores de ontem na mesma hora. Este nível é elevado, considerando que a média histórica de junho é de 1,02 metro, e está apenas 40 cm abaixo da cota de transbordamento de 3,00 metros. No entanto, ainda está bem abaixo do pico de mais de 5 metros registrado no início de maio.

O aumento do nível do Guaíba inicialmente decorreu da vazão do Rio Taquari, que atingiu 24 metros em Estrela na noite de segunda-feira. Com a redução da vazão do Taquari, o Guaíba parou de subir fortemente, mas o nível permanece elevado devido à alta vazão dos rios Jacuí, Sinos, Gravataí e Caí que desembocam no Guaíba.

Na manhã deste sábado, o nível do Jacuí estava em 10,30 metros na régua da cidade de Rio Pardo, cerca de 80 cm a mais que ontem na mesma hora, após fortes chuvas com acumulados acima de 50 mm no Centro do estado. O Rio dos Sinos em São Leopoldo estava estabilizado em 5,16 metros, enquanto o Gravataí subia lentamente, registrando 4,72 metros.

O maior risco continua sendo para as ilhas, que já enfrentam alagamentos. Não se espera uma repetição dos eventos de maio, mas novos dados de rios e chuvas no decorrer do fim de semana proporcionarão uma ideia mais precisa sobre os riscos associados ao vento Sul no início da semana.