Autor de livro de Ayrton Senna revela como relacionamento com Adriane Galisteu mudou o piloto
O autor de "Ayrton: O Herói Revelado" (2004), Ernesto Rodrigues, discutiu em uma entrevista ao Mais Você a relevância de Adriane Galisteu na vida de Ayrton Senna (1960-1994). O escritor mencionou que a apresentadora entrou na vida do piloto em um momento único, tornando-o uma pessoa muito mais tranquila. "Todos perceberam que ele ficou mais relaxado", afirmou.
Rodrigues brevemente revisitou a vida amorosa de Senna. "Eu citaria quatro namoradas principais, além da primeira que mencionei, a Lilian. Houve outra Adriane, que ele namorou ainda jovem, na adolescência, e manteve o relacionamento enquanto estava na Europa. Teve a Xuxa, e uma terceira, Cristina Ferrati, que ele namorou entre Xuxa e Galisteu. Ela viajou muito com ele, mas disse 'não é a vida que eu quero'", relatou.
"Adriane [Galisteu] surgiu em um momento distinto da vida de Ayrton. Não que ele tenha rompido com a família, o livro não menciona isso, e jamais diria isso, mas foi um período de emancipação para ele. Todos que conviviam com ele notaram que ele estava mais relaxado", afirmou o autor.
Luís Roberto, jornalista que acompanhava a carreira de Senna pela rádio CBN na época, confirmou ter notado dois momentos em que o piloto demonstrou estar apaixonado por Galisteu.
"No GP de Mônaco de 1993, Adriane foi para Mônaco. Mônaco tem treino na quinta-feira, folga na sexta-feira, e Ayrton teve um acidente na primeira curva após a avenida principal. Ele machucou a mão esquerda, e Ayrton era canhoto, para quem não sabe", iniciou.
"Na quinta-feira, fomos ao autódromo para obter notícias de Ayrton --não era como hoje, que você manda um WhatsApp. Quando estávamos esperando por Ayrton, ele chegou nessa vespinha com Adriane, e diferente de todas as vezes, por acaso fui eu quem perguntou: 'E a mão?'. Ele era muito profissional, mas respondeu: 'A esquerdinha? A esquerdinha tá ótima'. E fez um carinho em Adriane. Foi como se dissesse: 'Essa é minha mulher agora'", lembrou.
"Após essa corrida, essa lembrança me emociona, porque era o Ayrton pessoa", declarou ele. Com outros jornalistas, Luís Roberto foi ao aeroporto de Paris para pegar o primeiro voo de volta ao Brasil e presenciou um momento de paixão entre o casal.
"Na sala de embarque, aguardando um voo da antiga Varig, olhamos pelo vidro e vimos um avião, que era o de Ayrton. Ele tinha levado Galvão [Bueno] para o Charles de Gaulle. Galvão desembarcou, e Ayrton e Adriane desceram do avião, se despediram de Galvão, que caminhou para o embarque, e os dois ficaram abraçados na escadinha do avião de Ayrton", relatou.
"Contemplamos aquilo, e lembro que os comentários eram: 'Isso é paixão mesmo. Ele gosta da Adriane, está apaixonado'. Então guardo essa imagem com muito carinho, é uma imagem de amor", afirmou o jornalista.
Ernesto Rodrigues resumiu o relacionamento de Senna com Galisteu como um período em que o piloto deixou de lado as tensões do dia a dia.
"Ele deu uma relaxada, sem deixar de ser aquele demônio na pista", pontuou.
"Eram 24 horas, sete dias por semana trabalhando alucinadamente. Mas foi um momento muito especial", complementou Luís Roberto.