Governo do RS exclui cidade de prefeito que discutiu com Pimenta do decreto de calamidade pública
Na segunda-feira, 13 de maio de 2024, o Governo do Rio Grande do Sul não incluiu Farroupilha e outras 31 cidades que fazem parte da Amesne (Associação dos Municípios da Encosta Superior do Nordeste) na lista de municípios em estado de calamidade pública devido às chuvas que atingem o estado.
A Prefeitura de Farroupilha, sob a liderança de Fabiano Feltrin (PP), divulgou uma gravação em que cobra recursos do ministro da Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência), Paulo Pimenta. A administração municipal informou que recorrerá da decisão do governo. Apenas Bento Gonçalves, Caxias do Sul, Santa Tereza, São Valentim do Sul e Veranópolis permaneceram na lista.
A prefeitura também publicou um decreto reafirmando a situação de calamidade pública no município.
“As equipes que integram o Comitê de Crise instaurado no município seguem alimentando o sistema da Defesa Civil Estadual com as informações prestadas conforme os critérios estabelecidos que comprovam o estado.”
“Como, por exemplo, a interdição de pontes de ligação entre comunidades do interior e rachaduras encontradas na estrada Salto Ventoso, inviabilizando o trânsito de moradores e o escoamento da produção. Além disso, problemas estruturais no perímetro urbano, como tubulações que cederam, sendo necessária, inclusive, a evacuação de ao menos quatro famílias de suas residências no bairro Nova Vicenza, no último final de semana”, informou.
Entenda o caso
Em uma ligação com Pimenta, o prefeito Fabiano Feltrin acusou o governo federal de “descaso”, alegando que os recursos não estavam chegando às prefeituras para auxiliar os desabrigados. Em resposta, Pimenta afirmou que ligou para tentar ajudar Farroupilha e encontrou alguém o “ofendendo, falando de forma descontrolada e tentando criar um factoide em cima de uma mentira.”
“Os R$ 300 mil que Farroupilha vai receber, que foram solicitados pela prefeitura depois do vídeo do prefeito, são simplesmente uma ajuda emergencial para comprar água, comida, material de limpeza, higiene, para não faltar nada agora”, afirmou.
O governador Eduardo Leite (PSDB) decretou estado de calamidade pública em todo o estado por 180 dias em 1º de maio, devido às enchentes que afetam o Rio Grande do Sul. Até o momento, segundo a Defesa Civil Estadual, há 538.245 desalojados, 124 desaparecidos e 806 feridos, com o número de mortes chegando a 149.
Leia a nota na íntegra da Prefeitura de Farroupilha:
“Em relação ao decreto nº 57.614, do Governo do Estado, publicado nesta 2ª feira (13.mai), que não inclui Farroupilha na lista de municípios em situação de calamidade pública ou emergência, o Município informa que está em contato com a Casa Civil do Governo do Estado e com a Defesa Civil Estadual e Nacional para entender a situação e recorrer do posicionamento. A Prefeitura reforça que as informações prestadas conforme os critérios estabelecidos comprovam que o estado de calamidade se mantém inalterado em função de diversos danos provocados na cidade e no interior.”