Preguiça constante de jovem era, na verdade, doença rara
A norte-americana Alyssa Davis, aos 26 anos, frequentemente foi tachada de preguiçosa. Ela costumava adormecer em sala de aula ou se mostrava incapaz de manter a concentração no trabalho, chegando a sentir a visão escurecer de puro esgotamento. Contudo, essa "sonolência" constante era na verdade um indicativo de uma rara condição de sono.
Após anos de consultas sem diagnósticos conclusivos — um dos médicos até sugeriu que ela consumisse mais café para se manter acordada —, Alyssa recebeu em 2017 o diagnóstico de hipersonia idiopática.
Essa condição causa uma sonolência excessiva e episódios semelhantes à narcolepsia, onde o indivíduo permanece em um estado de semiconsciência, como se estivesse constantemente despertando, ao longo do dia.
Apesar de pessoas com hipersonia idiopática dormirem satisfatoriamente à noite, durante o dia não alcançam o nível de alerta típico do estado de vigília.
A etiologia da doença ainda é desconhecida, afetando aproximadamente uma em cada 20 mil pessoas, e acredita-se que seja resultado de uma disfunção cerebral. Sem compreensão clara de sua causa, não há cura definitiva. O diagnóstico é estabelecido após exames de sono excluírem outras condições que poderiam explicar a fadiga.
“É difícil aceitar que sofro de uma doença sem cura, mas reconhecer que tenho uma condição crônica valida minha experiência. Essa descoberta é uma forma de aliviar a pressão, a frustração e ajudar a enfrentar os desafios cotidianos”, Alyssa compartilhou em seu perfil no Instagram.
A situação de Alyssa é tão grave que ela foi proibida de dirigir e tem participado de tratamentos experimentais na esperança de mitigar seus sintomas.
experimentações terapêuticas contra a sonolência crônica
Além da hipersonia idiopática, Alyssa lida com depressão, condições que podem estar interligadas. Atualmente, ela está sob um tratamento experimental que envolve estimulação magnética transcraniana, avaliando como a interação magnética com o cérebro pode melhorar seu quadro, e adotou um cão de apoio psiquiátrico chamado Rory.
Ela também participa de uma pesquisa sobre distúrbios do sono, recebendo o medicamento Xywav, aprovado pela Food and Drug Administration (FDA) em 2021, porém ainda não disponível amplamente. Este medicamento compartilha a mesma base química de substâncias utilizadas no delito conhecido como “boa noite, Cinderela”.
Nenhuma das abordagens terapêuticas testadas conseguiu curar Alyssa da hipersonia idiopática até o momento.
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