VÍDEO: Ginasta mais velha a disputar Olimpíadas se despede das quadras e é ovacionada pelo público
Após duas medalhas olímpicas, a uzbeque Oksana Chusovitina, de 46 anos, finalmente, encerrou a carreira nas Olimpíadas de Tóquio 2021, com muita emoção. Ela comunicou aposentadoria das quadras e o público que estava no Centro de Ginástica Ariake foi ao delírio, neste domingo (25), em Tóquio.
Chusovitina era a ginasta mais velha a disputar Jogos Olímpicos no mundo e, por conta da idade, ela mesma bateu seu recorde em cinco anos. Ela já até tinha anunciado a aposentadoria algumas vezes, mas havia retrocedido por gratidão à Alemanha, país que acolheu sua família num dos períodos mais tensos para a ginasta: a leucemia que tinha devastado o seu filho, em 2002.
Oksana disfrutava de uma carreira sólida no esporte. Ela iniciou na ginástica aos treze anos de idade, disputando pela antiga União Soviética. Mas, em 2002, o filho dela, Alishera foi diagnosticado com câncer ainda muito pequeno. A atleta ficou arrasada. Como ela seria capaz de pagar o caro tratamento que salvaria a vida do menino? A Alemanha estendeu a mão à família, ofereceu o tratamento em troca de Oksana e o marido, Bachadir Kurbanov, da luta olímpica, defenderem a equipe germânica.
Foi o que eles fizeram. Quem não se lembra dela correndo pelas quadras aos prantos, enquanto o filho sofria com a doença no hospital? Ela já era conhecida na ginástica olímpica, mas a história de superação para salvar a vida do filho arrancava lágrimas até das concorrentes. No fundo, todos torciam por ela porque não era só por ela, mas pela família que dependia do investimento para a criança.
A ginasta se dividia entre o hospital para acompanhamento do filho e o ginásio, onde fazia o que mais amava e relaxava: dar saltos. O tempo passou, o menino se curou e, hoje, está com 22 anos de idade.
Especialista no salto, Chusovitina não conseguiu uma vaga na final do aparelho. Mesmo assim, ela parecia celebridade e foi tietada por muitas ginastas. Todas queriam uma foto ao lado da mulher que se transformou em uma lenda, por desafiar as marcas do tempo em um esporte dominado por adolescentes.
E, de fato, Chusovitina entrou para a história do esporte: até o momento, ela é a única ginasta a participar de oito olimpíadas. Ela foi ouro olímpico por equipes em 1992, levou a prata no salto, em Pequim 2008. Em 2009, conquistou sua segunda medalha olímpica, desta vez, pela Alemanha. E, em 2016, foi à final do salto na Rio 2016 e acabou na quinta colocação.
Em 2021, ela não poderia deixar o esporte sem vestir novamente o collant do Uzbequistão, seu país de origem. Não chegou à final, mas Oksana ensinou ao mundo e aos jovens atletas que o esporte vai muito além da disputa momentânea entre os países, ele pode, sim, salvar vidas.
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