Feira de agronegócio que recebeu Bolsonaro é tradicionalíssima e movimenta bilhões em novos negócios
A visita do ex-presidente conservador Jair Bolsonaro poderia ser utilizada como motivo para os mais desavisados dizerem que a feira do agronegócio realizada no município de Não-Me-Toque-RS 'saiu do anonimato'.
Pois nenhuma outra narrativa poderia ser mais enganosa do que esta para a Expodireto Cotrijal, que chega, neste ano de 2024, à sua 24º edição.
O evento, iniciado na segunda (4) e que se se encerra nesta sexta (8), é pensado e organizado meses antes de sua realização - na verdade, quase que imediatamente após o término de cada edição, já se iniciam as conversas sobre a próxima - e envolve números e bastidores realmente impressionantes.
Segundo reportagem do jornal Gazeta Zero Hora (GZH), a prefeitura, sob comando de Gilson dos Santos (PL), popularmente conhecido como Maninho, estima que duas mil pessoas se envolvem diretamente no trabalho dentro do parque da feira, que é uma das maiores e mais tradicionais do agronegócio internacional.
Os profissionais, vindos de várias regiões do estado e de fora do RS, chegam à cidade para a montagem dos estandes, infraestrutura e áreas diversas. Um volume considerável e que movimenta a cidade que não chega a 18 mil habitantes.
Ao final desta fase de trabalhos, quase 600 estandes ficam prontos para para receber os expositores em diversas áreas. Na área da Emater, por exemplo, foram 17 espaços temáticos para públicos interessados em cooperativismo, turismo rural e irrigação.
Enquanto os estandes eram preparados, havia ainda outras equipes fazem melhorias e reparos no parque de 131 hectares. O estacionamento chamou a atenção, após ganhar mais duas mil vagas, totalizando 12 mil, neste ano.
A Expodireto também abre oportunidades fora do parque e em diferentes setores, como da alimentação e a rede hoteleira. Isso porque Não-Me-Toque recebe mais de 300 mil visitantes durante os cinco dias do evento e precisa de uma estrutura diferenciada para atender a toda demanda.
Na edição de 2022, por exemplo, a Feira, que ocupava 'apenas' 98 hectares, recebeu um público de 263 mil pessoas e movimentou a impressionante cifra bilionária de R$ 4.948.692.000,00 em novos negócios.
Em 2023, impressionantes R$ 7 bilhões foram movimentados.
"Temos um fluxo muito grande de pessoas na cidade durante a feira e isso traz riqueza e dividendos pra todos que se organizam para trabalhar, como na área da alimentação e na locação de casas. Isso não é algo positivo apenas para Não-Me-Toque, mas pra toda região. O impacto na economia regional é muito significativo" — contou o prefeito Maninho ao GZH.
Sobre a Expodireto Cotrijal
Realizada desde o ano 2000, a Expodireto Cotrijal atrai visitantes de mais de 70 países e tem como foco aproximar o produtor do conhecimento, das informações, da tecnologia consagrada e sacramentada nos órgãos de pesquisa ou nas empresas privadas, de ótimas oportunidades de negócios e também de importantes debates ligados ao meio rural.Os benefícios da feira vão da informação assimilada em uma conversa informal entre o pesquisador e o produtor rural, até palestras com foco específico, passando por demonstração estática e dinâmica de produtos e serviços.
A presença de instituições financeiras possibilita o acesso dos produtores rurais a linhas de crédito de órgãos oficiais ou empresas privadas. Dessa forma, em um mesmo espaço, o produtor rural tem condições de conhecer, avaliar e adotar avanços que o auxiliem no aumento da produtividade, na solução de problemas específicos e na viabilização da atividade.
Os mais de 500 expositores oferecem, nas áreas de máquinas e equipamentos agrícolas, produção vegetal, produção animal, agricultura familiar, meio ambiente, pesquisa e serviços voltados ao campo.
Sobre a cidade de Não-Me-Toque
Localizada no Planalto Médio do Rio Grande do Sul, microrregião do Alto Jacuí, Não-Me-Toque fica a uma distância de 300 km da capital gaúcha.
Com pouco mais de 17.185 habitantes, é conhecida como a "Capital da Lavoura Mecanizada", título conquistado durante as décadas de 50 e 60, quando iniciaram os grandes empreendimentos na agricultura, o que fez dessa atividade o maior potencial econômico da região.
O município destaca-se pelas indústrias de implementos agrícolas, pela grande produção de grãos e pela diversidade no agronegócio.
A partir dos anos 2000, iniciou-se projeto de integração entre as lavouras e máquinas agrícolas, validando a tecnologia da agricultura de precisão, e em 2009, Não-Me-Toque recebeu também o título de "Capital Nacional da Agricultura de Precisão".
Colonização
Além da agricultura, o município também apresenta um comércio variado. Não-Me-Toque possui um lado cultural muito marcado pela influência dos descendentes europeus que chegaram a partir de 1949, com opções culturais enriquecidas pelas manifestações folclóricas das associações culturais e grupos étnicos, formados por holandeses, italianos, alemães, afro-brasileiros e pelo tradicionalismo.
Com vasta arborização e diversas espécies de flores, o município tornou-se conhecido como o "Jardim do Alto Jacuí".
Sobre o nome
Em 1954 foi criado o município de Não-Me-Toque, cujo nome gera curiosidade. Uma das versões da origem do nome é uma planta conhecida como Sucará ou Espinho de Santo Antônio, popularmente conhecida como não-me-toque. Outra versão é a existência da Fazenda Não-Me-Toque.
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Fonte: Expodireto Cotrijal / GZH / Prefeitura de Não-Me-Toque