Em ato por impeachment de Moraes e justiça por Clezão, a Paulista vai ferver neste domingo
Começa daqui a pouco, às 14 horas, aquele que promete ser o maior ato organizado pela oposição conservadora ao atual governo neste ano de 2023, depois da ‘onda de medo e terror’ imposta por absurdas decisões do Supremo Tribunal Federal, desde o 8 de janeiro, quando mais de mil e duzentas pessoas foram presas de maneira arbitrária e sem direito a defesa, após manifestação na Praça dos Três Poderes, em Brasília.
As perseguições promovidas contra homens e mulheres, a grande maioria sem qualquer prova material de que tivessem depredado o patrimônio público ou mesmo atentado contra o Estado Democrático de Direito, tornaram-se, a partir daquele fatídico domingo, algo inédito na história do país.
Senhoras de idade, donas de casa, trabalhadores ambulantes que estavam nos acampamentos e locais de manifestações patrióticas e, vejam só, até um morador de rua que observava, curioso, a movimentação, acabaram encarcerados e autuados como ‘terroristas’.
Muitos já foram até mesmo julgados, em tempo recorde, sem o respeito ao devido processo legal – em inquéritos abertos e encerrados diretamente no Supremo, sem direito a recursos.
E as penas, na faixa de 17 anos, acrescidas de multas milionárias, assustariam até mesmo os mais perigosos traficantes e assassinos do Brasil.
As consequências, entretanto, chegaram tão rápidas como as atitudes ‘inconsequentes’.
Na forte atuação de parlamentares, que foram a fundo nas investigações, como os deputados federais Carla Zambelli (PL/SP), Tenente-coronel Zucco (Republicanos/RS) e Marcel van Hattem (Novo/RS), entre outros, situações complexas e aterradoras começaram a vir à tona.
Além das prisões e dos inquéritos eivados de ilegalidades, foram reveladas também a situação degradante dos encarcerados nos presídios da Papuda e na Colméia, na falta de higiene e de condições mínimas de humanidade, que atingiram desde os alimentos até o saneamento básico.
Tem ainda, inúmeros casos de doentes com graves comorbidades que tiveram seus pedidos de soltura para o devido tratamento ignorados.
E mesmo o impedimento do simples direito de visita de um advogado.
Como já se previa, primeira morte veio no último dia 20 de novembro, no passamento de Cleriston Pereira da Cunha, o Clezão, atrás das grades da Papuda.
Os dedos foram apontados para o ministro Alexandre de Moraes, apontado como o principal ‘culpado’.
Mas outros ministros – talvez todos – estão sendo acusados de alguma forma, seja por omissão ou mesmo por também ignorar os apelos dos presos, representados por seus defensores legais e por suas famílias desesperadas.
Outros casos começam, agora, a surgir.
O ato na Paulista é em homenagem a Clériston, mas também em defesa dos que estão presos ilegalmente e, principalmente, pela abertura imediata do processo de impeachment contra Moraes no Senado Federal.
Outros fatores, porém, se somarão à grande mobilização na Paulista, como a PEC que acaba com as decisões monocráticas do STF, aprovada nesta semana no Congresso Nacional, e ainda em tramitação, agora na Câmara dos Deputados.
As reações desmedidas, ativistas e, até mesmo, grosseiras de alguns magistrados do ‘outro lado da praça’ são suficientes para que outros nomes entrem nesta lista.
Há ainda outros ingredientes realmente explosivos, que envolvem uma proposta que pode estabelecer mandatos e regras mais rígidas para ministros do Supremo e até mesmo um ‘jantar’ entre Lula e os magistrados, realizado no Palácio do Alvorada, horas depois do avanço da citada PEC.
Com tudo isso, a Paulista deve ficar pequena daqui a pouco…
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