Condenado pelo "STF" por desvios de 350 milhões, Paulinho da Força acaba de ser ‘descondenado’… pelo "STF"

O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu aceitar recurso do sindicalista e ex-deputado Paulo Pereira da Silva - Paulinho da Força (Solidariedade-SP) - e reverter a condenação dele a 10 anos e 2 meses de prisão por suposta participação em desvios no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Em julgamento de 2020 na Primeira Turma do Supremo, Paulinho havia sido considerado culpado por crimes contra o Sistema Financeiro Nacional, de lavagem de dinheiro e associação criminosa. Segundo denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), ele teria envolvimento no desvio de ao menos R$ 350 milhões de contratos de financiamento do banco público.

Na ocasião, ele também havia sido condenado à perda do mandato parlamentar e à proibição de exercer função pública. Atualmente é suplente de deputado federal.

A mudança de entendimento ocorreu durante o julgamento dos chamados embargos de declaração, tipo de recurso que tem como objetivo esclarecer obscuridades ou omissões de um julgamento e que normalmente não se prestaria a reverter o resultado. A conclusão da maioria do plenário do Supremo foi de que não há provas suficientes para manter a condenação.

Prevaleceu ao final o entendimento do ministro Alexandre de Moraes, que foi seguido por André Mendonça, Cristiano Zanin, Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Nunes Marques. Favoráveis à condenação, ficaram vencidos o relator, ministro Luís Roberto Barroso, Edson Fachin e Luiz Fux. A ministra Cármen Lúcia não participou.

Para Moraes, a condenação pela Primeira Turma trazia “omissão no que diz respeito ao quadro fático-probatório insuficiente para a condenação, pois permanecem severas dúvidas quanto à existência do esquema de desvio de valores”.

Para a maioria, não ficou demonstrada “de maneira indubitável” que Paulinho da Força participou de esquema criminoso “a partir de utilização de sua influência para nomear pessoas que pudessem operacionalizar os desvios em favor do grupo, beneficiando-se desses desvios”.

Nota da Redação

No último dia 7 de novembro, conforme noticiado aqui em O Republicano, o deputado federal Marcelo de Lima Fernandes (PSB-SP) teve seu mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). E, vejam só, quem deve assumir a cadeira no parlamento em seu lugar é Paulinho da Força. 

Talvez seja só coincidência que este mesmo STF encontre tantas provas substanciais e em tempo recorde para condenar os presos de 8 de janeiro ou para aprovar medidas de desmonetização, censura e até encerramento de sites e redes sociais, enquanto alguns julgamentos levam décadas, o condenado jamais é preso, seus direitos políticos são devolvidos mesmo assim e ele segue a vida até que se seja, enfim, 'descondenado'.

Mas deve ser só coincidência, não é mesmo?

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Com informações da Agência Brasil