Bancada ruralista rebate ataques e quer anulação de questões contra o Agro no Enem

“Os produtores rurais são responsáveis por preservar mais da metade das áreas do país, justamente por termos a legislação ambiental mais rígida do mundo, o Código Florestal. E ainda assim, em 50 anos, aumentamos a produtividade em 500% no campo, sem nem dobrar a área plantada”.

A afirmação é do presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Pedro Lupion (PP-PR), durante o Estadão Summit Agro, em São Paulo, nesta quarta (08). Ele participou da abertura do evento, e destacou que as práticas sustentáveis são prioridade do setor desde o Código Florestal.

Para evidenciar isso, o parlamentar citou projetos que tramitam no Congresso Nacional, defendidos pela bancada. Entre eles, o de bioinsumos, combustíveis verdes, biocombustíveis, mercado de carbono, entre outros, que estão sob os cuidados de integrantes da frente, como o ex-presidente Sérgio Souza (MDB-PR) e o vice-presidente Arnaldo Jardim (CIDADANIA-SP).

Carbono

Como forma de oferecer mais alternativas de renda aos produtores rurais, Lupion afirmou que há um trabalho na FPA voltado para estabelecer, no Brasil, o primeiro mercado de carbono do mundo com a participação efetiva dos produtores rurais.

“Nem mesmo o Canadá, citado como exemplo nessa linha, conseguiu”.

Ele acredita que, com o auxílio de órgãos de pesquisa, como a Embrapa, o Brasil pode alcançar esse objetivo nos próximos anos. “Temos as melhores praticas, Cumprimos todas as regras. Vamos trabalhar por um mercado em que o produtor rural possa ser beneficiado em todas as suas praticas.”

Enem

Ao citar a Embrapa Lupion fez uma crítica à constante “guerra de narrativas” políticas que prejudicam a produção brasileira. E que afetou até mesmo o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), com perguntas que atacavam os produtores rurais brasileiros.

“Questões subjetivas e sem embasamento técnico-científico do Enem atacaram inclusive a Embrapa, sempre mencionada por nós como exemplo quando vamos ao exterior. Mais de quatro milhões de estudantes fazendo a prova e alguns dos questionamentos, até mesmo eu, que conheço o setor, não encontrava alternativa tecnicamente correta. Lamentável”.

A prova tinha três questões com críticas de cunho político-ideológico ao setor agropecuário. Lupion disse que, para combater essa e outras tentativas de “autofagia” em nosso país, é preciso mais trabalho de comunicação do que se passa no campo, seja na política, junto à imprensa e até promovida por entidades e players do setor.

“Precisamos fazer com que a nossa realidade chegue às grandes redações, à população urbana. Muita gente não faz ideia do que é o agro do Brasil, do que se passa no campo. E essa prova do Enem é evidencia disso".

A FPA informou ainda que vai exigir a anulação da questões do Enem que contenham ataques e narrativas contra o Agronegócio.

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