Armas roubadas 'que derrubam aviões' teriam sido oferecidas ao CV, segundo polícia do RJ
A Polícia Civil do Rio de Janeiro encaminhou imagens de quatro metralhadoras que haviam sido furtadas do Arsenal do Exército em Barueri, na região metropolitana de São Paulo, ao próprio Exército.
Essas imagens fazem parte do Inquérito Policial Militar que está investigando o desvio dessas armas.
Apesar da recuperação dessas quatro metralhadoras, ainda há outras sete .50 (ponto cinquenta) cujo destino é desconhecido.
Segundo informações, as metralhadoras teriam sido oferecidas ao Comando Vermelho, uma das maiores facções criminosas do Rio de Janeiro. As imagens mostram as metralhadoras em um local não identificado, junto com homens armados.
As armas teriam sido oferecidas ao traficante conhecido como Corolla, que lidera o Complexo de Manguinhos, na Zona Norte do Rio de Janeiro, e é considerado um dos homens de confiança dos líderes do Comando Vermelho.
Corolla teria entrado em contato com Wilton Carlos Rabelho Quintanilha, conhecido como Abelha, apontado pela polícia como o principal líder do Comando Vermelho em liberdade.
O grupo que furtou as armas teria pedido R$180 mil para cada metralhadora calibre .50.
As metralhadoras 'sumiram' há cerca de um mês, após o feriado de 7 de setembro, de acordo com as investigações.
Essas armas têm a capacidade de derrubar aeronaves, e helicópteros da polícia no Rio, frequentemente, são alvo de traficantes.
Doze deles foram atingidos somente este mês.
Desde o furto, cerca de 480 militares estavam retidos no quartel para investigação. No entanto, com o progresso da investigação interna, 320 militares foram liberados na última terça-feira (17), uma semana após o furto das armas.
De acordo com o Comando Militar do Sudeste (CMSE), a situação passou de "estado de prontidão" para "sobreaviso", o que resultou na redução do efetivo da tropa aquartelada. A investigação continua em andamento e sob sigilo, de acordo com o CMSE.
O CMSE também declarou que as metralhadoras furtadas eram consideradas "inservíveis" e estavam no Arsenal, que é responsável por manutenção técnica e também pela desativação e destruição de armamentos que não podem ser reparados.
O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, enfatizou que as forças policiais de São Paulo estão trabalhando intensamente para evitar "consequências catastróficas" devido ao furto dessas 13 armas antiaéreas.
Esse é o maior desvio de armas das Forças Armadas desde 2009, de acordo com um levantamento do Instituto Sou da Paz.
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