As mil e trezentas páginas de 'insanidade' da senadora
Haja imaginação, afinal, são mais de mil e trezentas páginas escritas em apenas quatro meses de colegiado, assim como foi anunciado pela relatora da relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), a senadora Eliziane Gama (PSD/MA), quando iniciou a leitura do documento final, na manhã desta terça-feira (18).
E ao final de horas de um texto confuso e fantasioso (e olha que foi lido só o resumo!), eis que a fiel escudeira do ministro da Justiça, o comunista Flávio Dino, conseguiu indiciar mais de 60 pessoas, todos acusados de ‘golpistas’.
Entre os que ela pede a abertura de inquérito, estão o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro; os generais Walter Braga Netto, Augusto Heleno, Luiz Eduardo Ramos, Paulo Sérgio Nogueira, Marco Antonio Freire Gomes, Ridauto Lúcio Fernandes, Carlos Feitosa Rodrigues e Carlos José Penteado; o ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier Santos; o tenente-coronel Mauro Cid; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; e o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasques, todos ligados ao governo anterior.
Mas teve outros nomes, também da cúpula bolsonarista, integrantes, segundo ela, do chamado ‘gabinete do ódio’, como Tércio Arnaud, que foi assessor especial de Bolsonaro; Fernando Nascimento Pessoa e José Matheus Sales Gomes.
Fazem também da lista apresentada pela relatora a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP); o coronel Marcelo Costa Câmara e o sargento Luis Marcos dos Reis, que integravam a equipe do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid.
Destes todos citados acima, pouquíssimos foram ouvidos na CPMI, nenhuma prova foi apresentada, ou, quando colocadas sobre a mesa, não conseguiram comprovar sua materialidade.
Eliziane ainda pediu o indiciamento de George Washington de Oliveira Sousa, Alan Diego dos Santos e Wellington Macedo de Souza – todos condenados por envolvimento na tentativa de explodir um caminhão de combustíveis nas proximidades do Aeroporto Internacional de Brasília, todos já condenados pela justiça, em uma história que ainda
merece muitos esclarecimentos, considerando a forma atropelada e pouco transparente com que foi tratada, desde o início das investigações, até o julgamento final.
E incluiu ainda o nome de diversos outros militares, policiais rodoviários federais e integrantes da Polícia Militar do Distrito Federal, além de diversos suspeitos de terem financiado ou influenciado a tentativa de golpe de Estado, durante os atos do 8 de janeiro.
A maior parte destes e de outros indicados para indiciamento, caso o relatório seja aprovado pela comissão, é acusada dos crimes de associação criminosa, abolição violenta do estado democrático de direito e golpe de Estado...
… sem armas, sem exército, sem lideranças, em um domingo à tarde, vestidos com bandeiras do Brasil e camisas da seleção e acompanhados de mulheres, crianças, idosos e até animais de estimação.
A relatora argumentou que o nome de Bolsonaro foi citado por pessoas próximas a ele e que os golpes modernos não usam soldados, cabo ou tanques, mas ocorrem por "disseminação de mentiras e propagação de ódio", especialmente em ambiente digital, usando, inclusive, símbolos nacionais.
"A bandeira nacional foi usada como insígnias e símbolos nacionais uniformizaram os que se diziam patriotas", disse a relatora ao afirmar que tentativas de golpe se instrumentalizam por meio da formação de "forças paramililitares que preparam, arregimentam e armam forças milicianas", de forma a fazer com que o golpe não pareça golpe. "Por isso atacaram tanto as instituições democráticas", acrescentou em um texto digno de filme de Hollywood
Perseguição sem limites contra Bolsonaro.
A sanha de Eliziane em tornar Bolsonaro como a figura central de um golpe de Estado é tanta que ela rebuscou toda a vida política do ex-presidente, desde o início, ainda como deputado federal.
"Bolsonaro proferiu, ao longo da carreira, discursos no qual dizia que, pelo voto, nada se mudaria no país, e que seria necessário uma guerra civil com pelo menos 30 mil mortes no país”.
E concluiu, dando a entender que Jair tentaria, vejam só, um autogolpe, desde o primeiro dia do próprio governo:
“Desde o primeiro dia, o ex-presidente atentou contra as instituições democráticas, e antes mesmo de ser eleito, alimentou a violência dos brasileiros contra qualquer um que discordasse minimamente dos ideais bolsonaristas”.
A senadora, claro, ignorou tudo o que pudesse, minimamente, comprometer o atual governo, mesmo com os inúmeros fatos apresentados durante a CPMI.
Convenhamos… essa mulher merece um Oscar!
Os parlamentares de oposição discordaram em 100% do tais absurdos descritos por Eliziane e sua equipe e apresentaram dois relatórios paralelos.
Os documentos devem ser votados nesta quarta-feira, acabando, enfim, com mais um circo neste nosso pobre país.
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