Após 22 anos, pastores são condenados pela morte de adolescente de 14 anos
Os pastores Fernando Aparecido da Silva e Joel Miranda, que atuavam na Igreja Universal do Reino de Deus, em Salvador, na Bahia, foram, finalmente, condenado a 21 anos de prisão pela morte do adolescente Lucas Terra, de apenas 14 anos, ocorrida em 2001.
O Ministério Público da Bahia reforçou aos sete jurados - cinco homens e duas mulheres - que Fernando e Joel praticavam sexo dentro da igreja quando doram flagrados pelo garoto. Com receio do ato ser revelado para a presidência da congregação, eles pediram ao também pastor, Silvio Roberto Galiza, que matasse o menino.
Galiza, que foi condenado pelo crime de estupro e morte do garoto (ele ateou fogo em Lucas ainda vivo), denunciou os outros colegas de ministério, após pegar pena de mais de 23 anos de reclusão. De acordo com o relato dele, Lucas só foi assassinado porque flagrou Fernando e Joel praticando sexo.
O MP sustenta que Galiza não praticou o crime sozinho e que teve o apoio de Fernando e Joel para cometer o homicídio contra o jovem. Por isso, o órgão denunciou os dois pastores como corresponsáveis pela morte do adolescente.
Galiza chegou a ficar preso alguns anos, mas, teve a pena reduzida e, hoje, vive em liberdade.
Já Fernando e Joel, que o MP afirma serem "pedófilos e homicidas", podem recorrer da sentença em liberdade porque se apresentaram ao júri sem resitência.
O pai de Lucas, Carlos Terra, que passou longos anos lutando para que o crime contra o filho não prescrevesse e quase chegou a se formar em Direito para ajudar na assistência à Promotoria, morreu de parada respiratória em 2019, vítima de uma cirrose hepática. Ele chegou a escrever um livro chamado "Lucas Terra - Traído pela Obediência", em que relata a vida do filho até sua morte e a luta dele em busca de Justiça em diversos órgãos internacionais.
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