Fruta mais consumida no Brasil, a banana dobra de valor no RS em 2022. Saiba os motivos.

A banana é, de longe, a fruta mais consumida e famosa do Brasil. Desde os tempos da cantora Carmem Miranda, o fruto já era associado à paixão nacional e a artista trazia uma penca na cabeça para os estrangeiros assimilarem como produção e consumo nacional estavam, intrisicamente, ligados.

Hoje, no entanto, essa fonte de prazeres está ameaçada. É que, ao longo deste ano, o preço da banana no atacado variou muito. Foi de R$ 4,50 a R$ 6,50, segundo dados da Central de Abastecimento do Rio Grande do Sul (Ceasa). 

O pior de tudo é que, desde julho, o preço subiu e não parou mais. Nas prateleiras de supermercados, o quilo da banana já chega a custar assustadores R$ 8,90 e a população se questiona como pode o quarto maior produtor da fruta no mundo vender tão caro? O Brasil só perder para Índia (1º lugar), China (2º) e Indonésia (3º) em plantação.

O motivo, segundo os engenheiros agrônomos, é mais sombrio do que se imaginava: desde 2004, uma doença afeta as áreas cultivadas de São Paulo (1 milhão de toneladas anuais), maior produtor no Brasil. A siga-toka negra afetou regiões inteiras, encareceu as culturas e o valor foi repassado para o consumidor final.

Bahia (878,5 mil toneladas), Minas Gerais (801,7 mil/ton) e Santa Catarina (714,3 mil/ton) até tentaram segurar o preço do produto por alguns anos no Rio Grande do Sul, já que uma parte da produção vinha pra cá e o transporte era mais viável. Porém, também foram afetadas pela doença e, agora, com controle fitossanitário mais rígido, aumentaram o valor.

Por outro lado, o Rio Grande do Sul, que também plantava bananas, diminuiu em 60% a cultura; tendo que comprar mais de outros estados.

Luis Bohn, agrônomo da Emater, explicou que a perda de áreas gaúchas cultivadas foi motivada por mau tempo; o que os produtores não têm como prever ou controlar e também não querem mais arriscar.

- Houve uma sequência de tempo ruim para os nossos produtores. Teve um ciclone bomba e, no ano passado, vários vendavais, que atingiram algumas regiões. Já neste ano, o inverno foi mais prolongado - explicou.

Por enquanto, os gaúchos só têm uma certeza: não têm previsão de os valores baixarem no estado.

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