Com "grande interesse", Estados Unidos afirmam que vão "monitorar as eleições do Brasil"

A porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, disse, nesta quarta-feira (7), data em que o Brasil comemora a sua Independência, que os Estados Unidos confiam nas "instituições democráticas brasileiras", mas vão "apenas monitorar as eleições" do país.

Jean-Pierre confirmou que os Estados Unidos acompanharão o pleito com "grande interesse", no entanto negou que o país pretenda interferir nas eleições brasileiras.

- Como um democrático parceiro do Brasil, os EUA acompanharão as eleições de outubro com grande interesse e, como acabo de dizer, iremos monitorá-las com a expectativa de que serão conduzidas de maneira justa, livre e com credibilidade, com todas as instituições relevantes atuando de acordo com seu papel constitucional. Mas, novamente, vamos apenas monitorá-las - alegou, em resposta à pergunta da jornalista da GloboNews, Raquel Krähenbühl.

Em julho passado, a Embaixada americana já havia divulgado uma nota, que foi replicada no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), garantindo que o Governo do democrata Joe Biden acredita na segurança e eficácia das urnas e afirmou que o resultado do pleito vai refletir o que o povo brasileiro deseja para o país.

- Estamos confiantes de que as eleições brasileiras de 2022 vão refletir a vontade do eleitorado. Os cidadãos e as instituições brasileiras continuam a demonstrar seu profundo compromisso com a democracia. À medida que os brasileiros confiam em seu sistema eleitoral, o Brasil mostrará ao mundo, mais uma vez, a força duradoura de sua democracia - conclui o comunicado da diplomacia americana.

Também em julho deste ano, deputados americanos apresentaram uma emenda ao NDAA, o Orçamento Anual de Defesa dos EUA, solicitando que o governo americano investigue as Forças Armadas do Brasil por suposta interferência nas eleições. Os parlamentares alegam no documento que os militares tentam reverter o resultados das urnas e divulgam informações falsas sobre o processo eleitoral.

A proposta e o Orçamento de Defesa devem ser aprovados pelo Congresso americano até outubro, quando começa o ano fiscal.

O presidente Jair Bolsonaro (PL), várias autoridades de direita, aliados e as Forças Armadas questionam, no entanto, a lisura do pleito. Eles fizeram 88 questionamentos ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e sugeriram mudanças, demonstrando à corte eleitoral que o sistema pode e deve ser mais transparente e seguro na contagem de votos. Porém, o TSE, composto por ministros indicados pelo PT, rechaçou as modificações para este ano e alegou que o militares "analisaram tudo errado".

O candidato do Partido dos Trabalhadores (PT), Lula, é o principal concorrente de Bolsonaro na disputa e a sigla indicou oito dos onze ministros que integram também o Supremo Tribunal Federal (STF). O nono foi indicado pelo PSDB, legenda do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que foi testemunha de defesa do petista na operação "Lava Jato".

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