Investigação da PF contra empresários viola a liberdade de expressão, afirma Marco Aurélio Mello

O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello, disse que a operação da Polícia Federal deflagrada por seu ex-colega de corte, Alexandre de Moraes, contra empresários brasileiros viola a liberdade de

expressão; ao mesmo tempo que cria no Brasil o Estado de Exceção.

- A tônica em um Estado democrático de Direito é a liberdade de expressão. Não pode haver retrocessos como os que ocorreram no Estado de exceção - explicou.

Moraes solicitou à PF que fizesse busca e apreensão em endereços vinculados a 8 grandes empresários do país: Luciano Hang (Havan), José Isaac Peres (Multiplan), Afrânio Barreira (Coco Bambu), Marco Aurélio Raymundo (Mormai), Meyer Nigri (Tecnisa), André Tissot (Sierra Móveis), Ivan Wrobel (W3 Engenharia) e José Koury (Barra World Shopping). Porém, Mello discordou da necessidade e chamou o ato de "extravagante".

- Para mim a liberdade de expressão é algo absoluto. Sou favorável à troca de ideias - resumiu.

Mello volta a criticar Moraes pouco tempo depois da posse dele no TSE. Naquela ocasião, o ministro do Supremo aposentado disse que o discurso de Moraes foi "nefasto" e que "em nada contribuiu para o almejado entendimento".

- É costume o anfitrião receber com tapete vermelho os convidados, especialmente o dirigente maior do País. O discurso do empossado foi agressivo, em nada contribuindo para o almejado entendimento - censurou.

Marco Aurélio Mello já declarou voto no presidente Jair Bolsonaro (PL).

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