Em discurso alterado, Lula manda fiéis confrontarem pastores e padres no púlpito: "Para não escutar mentiras"

O ex-presidente e ex-presidiário, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que teve as sentenças anuladas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para poder concorrer às eleições deste ano, acusou as igrejas cristãs de supostamente fazer "palanque político" ao invés de pregar.

Os comentários foram feitos neste sábado (20), no Vale do Anhangabaú que, por sinal, não teve nem 5% do público que o Partido dos Trabalhadores esperava: 100 mil.

- A questão religiosa está tão na moda agora. Tem demônio sendo chamado de Deus e muita gente honesta sendo chamada de demônio. Tem gente que não está tratando igreja para fé ou espiritualidade, está fazendo da igreja palanque político ou empresa para ganhar dinheiro - alegou.

- O Estado não tem que ter religião. Todas as religiões têm que ser defendidas pelo Estado. As igrejas não têm que ter partido político, têm que cuidar da fé e da espiritualidade das pessoas, e não cuidar da candidatura de falsos profetas e fariseus que estão enganando essas pessoas o dia inteiro - acrescentou, orientando os fiéis a confrontarem líderes religiosos para afirmar que "estavam mentindo".

- Não deixem passar nenhuma mentira e não passem nenhuma mentira para frente. Se o pastor estiver mentindo, a gente vai ter que enfrentar e dizer que ele está mentindo. Em nome de Deus, não se pode contar mentira nem aqui e nem nenhum lugar do mundo -

- Eu, quando quero conversar com Deus, não preciso de padres ou de pastores. Posso me trancar no meu quarto e conversar com Deus por quantas horas quiser sem pedir favor a ninguém. É assim que a gente tem que fazer para não escutar mentiras - finalizou.

O discurso acalorado de Lula acena para um novo tempo nas igrejas cristãs do Brasil. Ele é amigo do ditador da Nicarágua, Daniel Ortega, a quem repetidas vezes já fez elogios na condução do país e que está fechando meios de comunicação religiosos no país que alertam a população sobre a má conduta de Ortega no poder.

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