Chefe de jornalismo da Globo, citado em caso de corrupção, foi demitido sem direito à despedida dos colegas
O compliance da Rede Globo soube por repórteres investigativos da emissora que o chefe de jornalismo, Tyndaro Menezes, que trabalhava na empresa desde 1992, foi citado em uma investigação do Ministério Público que apura caso de propina envolvendo o empresário Arhtur César de Menezes Soares Filho, mais conhecido como "Rei Arthur" e o delegado da Polícia Civil, Ângelo Ribeiro.
O delegado da PC do Rio, por sinal, foi afastado do cargo acusado de receber dinheiro de Soares Filho para encobrir inquéritos tributários. Ambos são acusados de corrupção e lavagem de dinheiro.
Tyndaro foi citado pelo Ministério Público várias vezes porque o delegado disse que o jornalista apresentou a ele várias pessoas para a compra superfaturada de insumos em um hospital do Rio de Janeiro. Pelo "favor", Ribeiro deveria dar ao ex-global uma "comissão pela venda". Fora isso, Tyndaro também é mencionado como a pessoa que repassava a "Rei Arthur" informações privilegiadas sobre as operações policiais no Estado; já que era amigo do delegado.
- As negociações suspeitas propostas pelos delegados ficam ainda mais evidentes, tendo eles se referido, inclusive, ao jornalista Tyndaro Menezes, ligado à Rede Globo. No contexto em que falam sobre compra de insumos médicos e sobre 'SC' (Sérgio Côrtes) e família serem atravessadores de uma empresa de São Paulo, Ângelo fala a Victor que Tyndaro não integraria nenhuma empresa, mas, ainda assim, 'seria prestigiado - diz trecho da denúncia, apontando que a aquisição do hospital carioca renderia ao jornalista comissão de 1% do valor total. A direção da Globo soube do ocorrido e decidiu demitir o funcionário, embora o chefe de jornalismo tenha dito que não há nada de ilegal em "apresentar pessoas". Menezes foi desligado da empresa sem sequer ter a oportunidade de se despedir dos colegas.
Em nota, a Rede Globo informou por que motivo optou pela rescisão do contrato com o ex-colaborador:
- O profissional citado não está mais na empresa. A Globo não comenta questões relacionadas a compliance. Reitera que tem um Código de Ética, que deve ser seguido por todos os colaboradores, e uma ouvidoria pronta para receber quaisquer relatos de violação. Todo relato é apurado criteriosamente assim que a empresa toma conhecimento e as medidas necessárias são adotadas - finalizou.
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