MPT resgata idosa de 86 anos que há 72 trabalhava em condições análogas à escravidão
O Ministério Público do Trabalho (MPT) resgatou no Estado do Rio de Janeiro uma senhora de 86 anos, que há três gerações trabalhava para a mesma família.
A idosa contou às autoridades que passou a morar com a família aos 12 anos de idade. Ela trabalhava todos os dias, sem direito à folga ou férias, sem salário e pior: sem nunca poder sair de casa. E, apesar da idade avançada, ela continuava fazendo todos os trabalhos domésticos do lar e até cuidava da patroa, que tem a saúde debilitada.
Esse já é considerado pelo órgão o caso de exploração contemporânea mais longo do Brasil, desde 1995, quando as situações começaram a ser registradas pelo MPT.
A idosa foi resgata em 15 de março deste ano, mas a ação teve início em setembro de 2021 e contou com a participação de outras entidades. Aos auditores, ela contou que foi a primeira vez que saiu da casa onde trabalhava.
Integrantes da família exploradora alegaram que a velhinha não era escrava, mas fazia "colaboração voluntária".
- Era como se fosse da família. Ela comia, dormia no local. Não tinha por que receber salário - justificaram para os auditores.
O processo ainda não está finalizado porque o MPT pretende fechar acordo com a família e indenizar a mulher em pagamentos dos salários e direitos atrasados.
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