Moro pede ao STF que analise fala de Bolsonaro sobre interferência na PF
O ex-Ministro da Justiça e ex-juiz federal, Sérgio Moro (Podemos), pediu que o Supremo Tribunal Federal (STF), analise os comentários do presidente Jair Bolsonaro, feitos esta semana, a respeito da suposta interferência dele na Polícia Federal.
O chefe do Executivo comentou que estava incomodado porque Moro não dava prosseguimento à investigação sobre o atentado que quase o matou, em setembro de 2018.
Na ocasião, Bolsonaro lembrou que achava Moro omisso para investigar quem foram os mandantes da tentativa de homicídio que ele sofreu. Por outro lado, o ex-juiz permitia que membros da sua família fossem investigados, exaustivamente:
- Esse cara não fez absolutamente nada para que Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) e Receita não bisbilhotassem não só a minha vida, como as de milhares de brasileiros. Pode investigar o filho do presidente? Pode. A mulher do presidente? Pode. Mas investiga legalmente, não dessa forma como eles fazem – explicou.
E completou:
- Quando fui esfaqueado, o que eu mais pensava era se a minha filha iria virar órfã e muita gente vibrando. A Polícia Federal, não digo a PF, o ministro da Justiça da época não se empenhou pela investigação - lamentou.
- Será que os mandantes podem ser gente que a gente menos espera? - cogita.
Quando ainda era ministro do Governo Bolsonaro, Moro alegou que a insistência do presidente em descobrir quem mandou matá-lo seria interferência na atividade da PF e saiu do cargo no início de 2020, durante os momentos críticos da pandemia da Covid-19. Atualmente filiado ao Podemos, Moro tem adotado uma postura mais dura do que costumava apresentar quando era magistrado. Ele ainda não divulgou se será ou não candidato à presidência no ano que vem.
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