Ex-ministro de Lula discorda de ensino da linguagem neutra: “Criminosa, inaceitável”’
Aldo Rabelo, ex-ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais do Governo Lula e também foi integrante da Gestão de Dilma Roussef, ambos do PT, criticou o ensino da linguagem neutra, dialeto utilizado pela comunidade LGBTQIA+.
A declaração foi dada durante a realização de um seminário organizado pelo instituto do ex-comandante do Exército, Eduardo Villas Bôas, na sexta-feira (19). Rabelo debatia com o general Augusto Heleno, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional do presidente Jair Bolsonaro e o jornalista Alexandre Garcia mediava o encontro.
– É algo importado. Não é linguagem neutra. O que estão querendo impor é outra língua! O que estão querendo fazer não é o uso das palavras existentes. É a criação de uma outra língua, de um outro idioma, porque estão inventando palavras que não existem na língua portuguesa. Não é o problema do gênero! É a tradição, a cultura – afirmou.
– Aqui, no Brasil, essa agenda tomou conta do mercado pelas corporações que estão nisso, da mídia. De certa forma, o Legislativo vai entrando nisso e o Judiciário, nem se fala – frisou, recriminando o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, que suspendeu a eficácia de uma lei de Rondônia, proibindo o uso do dialeto em escolas públicas e particulares do Estado.
O ex-ministro lembrou que a identidade do Brasil sempre foi sua miscigenação. Porém, grupo políticos têm transformado o país em um lugar de “pretos e brancos”.
- Essa é a nossa marca: a miscigenção. Agora, querem transformar em um país de pretos e brancos. Acho uma coisa criminosa, inaceitável, imposta de fora para dentro, financiada de fora. Porque, se o Brasil chegar à conclusão de que somos um país dividido entre africanos e europeus, nós vamos ter que reconhecer que passamos 500 anos errados, equivocados. E que tudo aquilo que o Gilberto Freyre e o Darcy Ribeiro falaram do povo brasileiro, do mestiço que é bom, estava errado. É isso que querem nos impor - alertou.
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