Alexandre VI: O Papa que não acreditava em Deus
Os Bórgias eram uma família que inicialmente possuíam uma grande influência sobre a política do pequeno município de Xátiva na Espanha, já que pertenciam a nobreza menor.
No ano de 1444 sua hegemonia começa se expandir quando Alonso Bórgia torna-se cardeal da Igreja Católica e, posteriormente, Papa Calisto III. A partir desse momento o poder da família passa a crescer cada vez mais.
Sendo favorecido por seu tio, o jovem Rodrigo Bórgia estudou direito em Bolonha, e consequentemente seguindo os seus passos alcançou o posto de cardeal. Todavia, mesmo com seu importante cargo religioso Rodrigo acabou tendo um relacionamento com Vanozza dei Cattanei, com quem teve quatro filhos, Godofredo, João, César e Lucréia Bórgia, além de outros filhos bastardos que foram frutos de relacionamentos com outras mulheres nobres como Giulia Farnese e algumas prostitutas, algo que claramente era considerado pecado pela ideologia cristã.
No ano de 1492, Rodrigo Bórgia concretizou seu maior objetivo tornando-se papa, em uma eleição que foi comprada com a ajuda de outro cardeal, Ascânio Sforza. Bórgia venceu o italiano Giuliano della Rovere que se exilou da cidade por temor a Rodrigo.
Substituindo Inocêncio VIII, agora como Papa Alexandre VI iniciava-se o 214º papado da história, destacado por ser o mais polêmico e com o maior nível de corrupção de todo.
A história diz que o conclave foi comprado com terras, mulas, prata, bispados e outros cargos importantes dentro da Igreja. Seus filhos também se favoreceram muito com a eleição do pai, João e Godofredo casaram com garotas pertencentes a família real da Espanha e de Nápoles, enquanto César se tornou cardeal.
Durante sua década como papa, Alexandre VI foi acusado de vender ofícios da Igreja, como favores divinos, bençãos e cargos no clero, e também de contratar prostitutas para promover uma orgia entre os membros da religião, esta possível festa ocorreu na própria residência oficial do papa, o Palácio Apostólico, e contou com cerca de 50 prostitutas.
Alexandre VI conquistou o povo romano através de estratégias que diminuíram a violência e a onda de crimes local, unificando os feudos da Igreja e construindo muros mais fortes ao redor da cidade.
Foi decisivo na divisão de terras entre portugueses e espanhóis com as Bulas Alexandrinas, documentos que davam direitos aos reis de colonizarem a América.
Ainda no Século XV rivalizou com o padre italiano Girolamo Savonarola, este afirmava que a eleição papal foi comprada pelos Bórgias e que ele era o verdadeiro porta-voz de Deus, Savonarola desafiava a Igreja Romana, alegando que Alexandre não era papa, não era cristão e não acreditava em Deus.
Por conta de tais acusações foi proibido de fazer pregações, além de ter que se mostrar obediente e ir a Roma se defender, porém, Girolamo prosseguiu com suas manifestações, dessa forma acabou sendo torturado e morto no ano de 1498.
No ano de 1503, Alexandre e César adoeceram juntos, ambos passaram uma semana com sintomas como febre e vomito, após o tempo decorrido seu filho conseguiu sobreviver, porém o papa veio a falecer aos 72 anos sendo 11 de papado.
Na época, surgiram especulações de que a causa da morte teria sido envenenamento, outra hipótese e mais considerada hoje seria a de que os Bórgias teriam contraído malária, comum durante o verão romano.
O substituto foi o Papa Pio III que manteve as regalias dos Bórgias, entretanto, este veio a falecer apenas 26 dias após assumir o pontificado, assim sendo substituído por Giuliano della Rovere agora com a alcunha Papa Júlio II.
Diferentemente de seu antecessor, este desprezava César e acabou por retirar todo o poder do mesmo, que viveu alguns de seus últimos anos como prisioneiro e posteriormente assassinado em 1507 aos 31 anos de idade dando fim a toda hegemonia dos Bórgias em Roma.
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