Feliz Dia do Professor: a história de Enéas Carneiro
No dia 15 de outubro, se comemora o Dia do Professor, uma das profissões mais desvalorizadas do Brasil e, ao mesmo tempo, a atividade mais importante para o crescimento de uma nação. O ato de educar nunca foi e nunca será um exercício desenvolvido por qualquer pessoa; uma vez que o ensino não apenas informa como também forma toda uma geração. Portanto, em homenagem aos nossos mestres, hoje, falaremos sobre a história de vida do doutor Enéas Carneiro, médico, político, matemático, físico, escritor e professor brasileiro.
Nascido em 5 de novembro de 1938, no Rio Branco, Acre, Enéas Ferreiro Carneiro era filho de um barbeiro e de uma simples dona de casa. Aos nove anos de idade, ficou órfão de pai e, a partir daí, teve seu primeiro contato com duras responsabilidades; visto que, para ajudar no sustento de casa, começou a trabalhar aos nove anos de idade.
Devido à precária situação que ele e sua família se encontravam, decidiram mudar-se para Belém do Pará, onde Enéas conquistou o primeiro lugar no exame de admissão no primeiro, segundo e terceiro anos do Ginásio, antigo Ensino Médio, na capital paraense. Aos 19 anos, foi o único aluno do Pará a ingressar na Escola de Saúde do Exército e na Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, passando em primeiro lugar nas concorridas provas.
Em 1959, já militar, graduou-se como Terceiro Auxiliar de Anestesia, passando a trabalhar no Hospital Central do Exército. E, não satisfeito com as letras aprendidas e o conhecimento adquirido, decidiu ingressar na faculdade de matemática e física, em 1968, devido a sua ignorância na área de exatas. Não demorou muito para que criasse um curso onde passou a ensinar química, biologia, português, física e matemática. Foi o local no qual também passou a preparar os alunos para o vestibular.
Especializou-se em cardiologia e, em 1976, recebeu título de Mestre em Cardiologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Dez anos depois, foi eleito Presidente da Sociedade de Cardiologia do Rio de Janeiro.
A carreira política do Doutor Enéas iniciou em 1989, quando ele criou o Partido de Reedificação da Ordem Nacional, o PRONA. E, logo, lançou sua candidatura à presidência da República. Não ter representação significativa no Congresso Nacional e possuir apenas 15 segundos no horário eleitoral não o ajudaram a se tornar uma figura conhecida. Porém, a famosa frase: “Meu nome é Enéas!”, dita sempre com muito orgulho nos últimos segundos de seu discurso, o destacou dos demais candidatos do cenário político; ficando em 12º lugar de 21 concorrentes.
Tentou novamente em 1994 concorrer à cadeira de presidente, ficando, desta vez, em terceiro lugar, atrás apenas de Fernando Henrique e Luiz Inácio Lula da Silva. Persistente, candidatou-se uma terceira vez, em 1998, e, durante sua campanha chegou a defender a produção de bomba atômica. Com tema tão controverso, caiu para o quarto lugar, na final. Mas, ainda assim, continuou destacando-se pela inteligência, conhecimento e fala rebuscada.
Em 2000, Doutor Enéas preferiu disputar a Prefeitura de São Paulo, mas não foi eleito. Todavia, em 2002, elegeu-se como deputado federal pelo Estado de São Paulo, com 1,570 milhões de votos, recorde na época. Ele era o parlamentar mais votado do Brasil até o ano de 2018, quando perdeu o posto para Eduardo Bolsonaro, que venceu a disputa com 1,840 milhão.
Contudo, em 2006, passou a enfrentar sérios problemas de saúde. Primeiro, sofreu de pneumonia. Depois, veio a leucemia aguda, enfermidade que fez o doutor perder seu maior símbolo estético: a barba. Reelegeu-se na Câmara dos Deputados com um novo bordão:
- Com barba ou sem barba, meu nome é Enéas -
Fez 387 mil votos.
O político morreu em 6 de maio de 2007, vítima da leucemia que, muitos acreditam ser consequência da disciplina que ele ministrava na Faculdade de Medicina no Rio e em São Paulo: Eletrocardiograma.
Esse, caríssimos leitores, foi um dos maiores gênios brasileiros que nosso país já teve. Um cientista nato, que comprovou ao Brasil e ao mundo: origens simples e humildes não são desculpas para deixar de correr atrás de seus sonhos. Portanto, nada mais justo que o Projeto de Lei do ex-deputado federal e, atualmente, presidente da República, Jair Bolsonaro, circular na Câmara e tentar homenagear o nome de Enéas Carneiro como inscrito no Panteão da Pátria, o livro dos heróis nacionais.
Como dizia Doutor Enéas:
- Educar não é só informar. Educar é formar e criar valores -
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