O Escravo que confrontou o Império Romano
No ano de 113 antes de Cristo (a.C.), nascia na Trácia (atualmente região da Grécia, Bulgária e Turquia), um homem chamado Espártaco, que se tornou pastor e também soldado romano, porém acabou desertando em uma missão em tropa, sendo capturado e rebaixado a escravo.
Devido a sua força física, foi comprado pelo lanista Lêntulo Batiato, passando a viver em cativeiro juntamente com outros trácios e gauleses que passavam a vida treinando para entrar em combate como gladiadores.
Rapidamente Espártaco se destacou e se tornou um dos principais gladiadores da escola de Cápua (pertencente a Batiato), as lutas entre os gladiadores eram uma das principais formas de entretenimento na Roma Antiga, nelas quase sempre se comemoravam grandes triunfos militares e os lutadores mais vitoriosos que caiam nas graças da torcida algumas vezes eram tratados com um pouco de regalias, se tornando mais valiosos.
Todavia, Espártaco não aceitou aquela vida e, com espirito de liderança, foi a peça chave para uma fuga da academia que envolveu 78 escravos, que tinham como armas facas de cozinha.
Juntamente de outros dois líderes gauleses, Criso e Enomau, refugiaram seu bando no cume do vulcão Vesúvio, conquistando armamento passaram a saquear propriedades vizinhas e recrutar mais escravos para sua rebelião.
Assim, Roma enviou a primeira tropa para deter os rebeldes, estes que conseguiram os derrotar, liderando novas tropas Claudio Glauber levou cerca de 3 mil homens ao Vesúvio e fechou a única saída, esperando matar a todos os escravos de fome, porém, Espártaco e seus homens foram mais espertos e utilizando cordas, desceram pelo outro lado da montanha e atacaram o exército pelas costas, os derrotando.
A cada vitória o exército de escravos se tornavam mais fortes, possuindo mais armas e chegando a um grupo de cerca de 100 mil homens, porém seu grupo se dividiu já que uma parte deles tinha por objetivo sair da Itália e voltar para sua terra natal. Roma já sentia muito ameaçada e o senado mandou o General Licínio Crasso com um exército de 60 mil soldados para aniquilar os escravos.
O grupo que permaneceu no Sul liderado por Criso foi o primeiro a ser derrubado pelos homens do General Gélio Publícola, Criso morreu em combate juntamente com seus 20 mil homens. Já o grupo de Espártaco seguia vencendo as batalhas, porém decidiu retornar ao Sul para chegar a Sicília.
No ano de 71 a.C., Crasso acabou descobrindo o plano, e convocou o herói de guerra Cneu Pompeu para que ambos encurralassem o grupo de rebeldes.
Sem saída Espártaco tentou negociar sua rendição, todavia não obteve sucesso e teve de lutar até a morte, na conhecida Batalha de Lucania, seu exército de escravos foi dizimado e os seis mil sobreviventes foram posteriormente crucificados ao longo de 200 quilômetros da Via Ápia próximo a Nápoles, para que servisse de exemplo para outros escravos que planejassem uma rebelião.
Matéria publicada originalmente em 27/04/2021.
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