Amoêdo pede para voltar ao comando do Novo, mas sigla rejeita
O empresário João Amoêdo, que ajudou a fundar o partido Novo e deixou o comando da legenda em março de 2020, se propôs a “retornar, de imediato" ao comando da sigla e ajudar na "consolidação partidária e no pleito de 2022".
O ex-presidenciável quer evitar que candidatos “bolsonaristas” do Novo, como o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, sejam candidatos pelo partido às eleições de 2022. A legenda há meses sofre um racha entre os que apoiam o Governo Federal e aqueles que são oposição ao presidente da República.
- Quero voltar para ajudar o Novo a ter uma unidade maior. O posicionamento do partido hoje é distinto da bancada federal e isso gerou uma confusão nas pessoas, que não sabem se o Novo é oposição ou uma linha auxiliar do governo Bolsonaro. Essa indefinição teve como reflexo a perda de filiados - explicou, acrescentando que ser "oposição" ao Governo Bolsonaro é uma diretriz do partido.
- O roteiro que eu implementaria se estivesse no diretório seria, primeiro, ter uma conversa muito objetiva com os nossos deputados federais, mostrando os diversos pareceres de juristas que colocam os crimes de responsabilidade praticados por Bolsonaro. Se não chegarmos a um consenso, não me parece razoável que essas pessoas que têm uma visão tão distinta sobre um tema tão relevante saiam candidatas pelo partido em 2022 - afirmou.
Amoêdo admitiu que seu retorno ao comando da legenda não foi aprovado pela maioria. O empresário acredita que os filiados pensam que ele não contribuiria com a atual gestão ou discordam de seus posicionamentos políticos.
- Entendo que a avaliação geral, retratada em muitas das respostas dos dirigentes do partido, demonstram que há uma vontade genuína de que o Novo possa consolidar sua independência enquanto instituição e andar com as próprias pernas, construindo uma cultura de formação de novas lideranças - explicou Eduardo Ribeiro, atual presidente da sigla.
Na semana passada, o empresário Christian Lohbauer, que foi vice de Amoêdo na chapa presidencial de 2018, desfiliou-se do Novo e disse que a legenda "se perdeu completamente na administração do partido". O partido perdeu 21% dos filiados e, em convenção nacional, a briga entre os integrantes era tão grande que nem a reunião do diretório foi capaz de definir o nome de Amoêdo como candidato à disputa do ano que vem.
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